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Return-On-Invested-Capital_1.1 Qualquer empresa precisa investir em ativos que vão gerar retorno para seus acionistas. O dinheiro investido pode ser tanto do próprio acionista (Capital Próprio) ou de Terceiros (Capital de Terceiros). Mas como o empresário pode saber qual é o retorno sobre os investimentos? Como ele pode garantir que o custo do dinheiro investido não é maior do que o retorno que os ativos da sua empresa geram? Vamos tentar responder a estas perguntas nessa dica.

Para calcular o ROIC, vamos utilizar as informações apuradas nas demonstrações contábeis da empresa (DRE e Balanço Patrimonial). A fórmula mestre do ROIC é:

ROIC = NOPAT / Valor Contábil do Capital Investido

Vamos analisar e explicar essa fórmula:

  1. O NOPAT é a receita operacional da empresa menos os impostos hipotéticos sobre a mesma. Mas porque usamos o NOPAT e não o Lucro Líquido para o cálculo do ROIC? O motivo é simples: o retorno sobre o capital tem como objetivo medir o retorno sobre o capital total da empresa. O lucro líquido mede o retorno para os acionistas já descontados quaisquer pagamentos de juros e assim deixaremos de fora o retorno sobre o Capital de Terceiros. Portanto, o correto é utilizar a receita operacional que está antes dos juros sobre empréstimos. Lembramos também que o NOPAT é liquido de imposto de renda. É importante retirar os impostos pois já consideramos o efeito deles no cálculo do custo de capital (WACC ou CMPC).
  1. Valor Contábil do Capital Investido – Na maioria das vezes ao tentar estimar os valores de bens da empresa, nós preferimos utilizar o valor de mercado (por exemplo no cálculo do WACC). Porém, esse caso é diferente. No cálculo do ROIC vamos utilizar o valor contábil tanto da dívida quanto do capital próprio. Isso se dá porque no cálculo do ROIC nós buscamos o retorno sobre o capital investido em ativos já existentes e assim assumimos que o valor contábil da dívida e do capital próprio englobará corretamente esse investimento. O valor de mercado do património líquido é afetado pelos ativos de crescimento que não geram fluxo hoje, mas vão gerar no futuro. Assim, o valor de mercado pode ser maior do que o capital investido nos ativos existentes e o ROIC será subestimado (o denominador será maior do que deveria).
  1. Diferenças temporais – Outra pergunta que pode afetar esse calculo é o momento em que vamos calcular o valor do capital. O correto é utilizar o capital calculado no início do período medido. Por exemplo, se queremos analisar o ROIC do ano 2015, utilizaremos 31/12/2014 como data base do valor do capital investido. Partimos do pressuposto que investimento feito dentro do ano de exercício não vai começar a gerar retorno tão cedo. Vale ressaltar que alguns analistas preferem fazer a média entre o capital do início do período e do final dele.

Para um maior aprofundamento, recomendamos o artigo: Aswath Damodaran, Return on Capital (ROC), Return on Invested Capital (ROIC) and Return on Equity (ROE): Measures and Implications, Sten School of Business July 2007.

A Priority Partners é especialista em Business Plan e desenvolvimento de modelos para controlar a contabilidade de sua empresa. Conte com a gente!

Boa semana e fica a dica!

Equipe Priority Partners.

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FCFE

Anteriormente discutimos o Fluxo de Caixa Livre para a Firma (FCFF). Na dica de hoje, vamos elaborar o assunto do Fluxo de Caixa Livre para os Acionistas (FCFE). O FCFF considera o fluxo de caixa para todos os credores da empresa (terceiros e acionistas), já o FCFE considera o fluxo de caixa que sobrou para os acionistas, depois dos pagamentos da(s) dívida(s) de terceiros (Bancos) e novas captações de empréstimos. Outra maneira em pensar no FCFE é no valor que a empresa pode considerar para distribuição de dividendos.

Há duas maneiras para calcular o FCFE. Uma delas é começar com a linha final do DRE (Lucro Líquido) e fazer as adaptações. A outra é começar com o NOPAT e fazer os ajustes necessários até obter o FCFE.

Vamos começar com o NOPAT e fazer alguns ajustes. Vamos relembrar a fórmula do FCFF:

FCFF = NOPAT + D – C (+/-) Δ CAG

O FCFE é obtido dessa forma:

FCFE = FCFF – P + N

Portanto,

FCFE = NOPAT + D – C (+/-) Δ CAG  – P + N, onde:

D = Depreciação

C = Investimentos (CAPEX)

Δ CAG = Variação de Capital de Giro

P = Pagamentos de dívidas bancárias

N = Novas captações de empréstimos

  • Depreciação – É necessário somar a depreciação de volta ao NOPAT, pois a depreciação é uma despesa sem desembolso de caixa.
  • Investimentos – Envolvem saídas de caixa que não aparecem no DRE. Portanto, não fazem parte do NOPAT e precisam ser tratados separadamente.
  • Variação de Capital de Giro – As variações nas contas patrimoniais que afetam o Capital de Giro e por consequência o fluxo de caixa, precisam ser somadas ou subtraídas ao FCFF conforme o caso.
  • Pagamentos de dívidas bancárias – Devido ao fato que só vai sobrar para acionistas o que restou após o pagamento da(s) dívida(s), é necessário abater esse valor do NOPAT para obter o FCFE.
  • Novas captações de empréstimos – Da mesma maneira, as novas captações precisam ser somadas ao FCFE.

A empresa XYZ

Para facilitar, vamos ao exemplo da nossa empresa XYZ:

FCFE XYZ

A empresa obteve um FCFE positivo de 790,00. Com isso, ela poderá considerar distribuição de dividendos, recompra das ações dela no mercado (no caso de uma empresa de capital aberto) etc. Os 34% representam os impostos médios, que totalizam 510,00.

Nos modelos de Valuation, o FCFE futuro mede o que os acionistas vão receber durante o período considerado (normalmente durante 5 anos). O valor do EQUITY (e não da empresa como um todo) é obtido calculando-se o Valor Presente Líquido do FCFE descontado pelo custo do capital próprio. Um erro recorrente na avaliação de empresas é descontar o FCFE pelo WACC. O WACC é uma média ponderada do custo de capital próprio e de terceiros, e o FCFE já é liquido dos pagamentos sobre a dívida dos bancos. Portanto, descontar o FCFE pelo WACC seria um erro que pode levar a um resultado bem diferente do que o valor presente do EQUITY.

A Priority Partners é especialista em Valuation e desenvolvimento de modelos para controlar o fluxo de caixa de sua empresa. Conte com a gente!

Boa semana e fica a dica!

Equipe Priority Partners.

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